quarta-feira, 18 de agosto de 2010

sobre cinza e sombra.




Talvez o cinza dessas manhãs me faça regurgitar essas sombras.
O vento frio cortante possa ser essa gastura que não me termina.
Noutra mão sento na poltrona esfiapada e sem mola
para aguardar o nascer do sol, pra que me afugente as sombras.
O mais legal das coisas que não sei é a alegria ignorante e parva
do embutido cotidiano.
Transbordando injustiça sou esse eu, pois em carne e osso
não foi o vento nem o cinza,
a sombra ou tua constante gravidade zero atual.
O cenário se faz completo por um destempero azedo agarrado aos pulmões.
Algo entre O2 e CO2 que nem mata nem esfola,
faz um limite tropego de sensações vazias.
Palavras borrocadas e esquecidas,
sinônimos sem sentido.
Talvez o cinza dessas manhãs me faça abrir verdadeiramente os olhos,
enquanto que dormir pra sempre em algum lugar desse quando me faria bem feliz.

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