segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

pela praça

Quando passa pela praça,
vai lá vem cá saia curtinha
flor dos olhos que eu rego
com vários versos sortilégio.
Vários caminhos que eu persigo ao colo teu.
Vem desfilando sua delícia...
tua boca em meu pescoço
alma e ser, alma de se ser.

suave verso eu e você.
que a pena desistiu de escrever...

domingo, 30 de janeiro de 2011

contemplação




Ficamos assim então,
adolescência do errado
pequenas gotas, feixes de luz, talvez.
Difícil ser simples ou apenas o.
Tranqueira de palavras soltas,
resfolegando frente o possível.
Contemplar em tudo o que possa,
esse sim, mais é finalmente que breve.
Ainda num apaziguamento ou numa luta
o mais é tornar-se uno e ainda ser todos,
individual, penoso, pós ousado ser.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

da série frases



Até o sol no meio dia pode refrescar se assim for.
-.-.-.-
Há plantas tão somente belas por se bastar em espinhos.
-.-.-.-
Gotículas de necessário fazem tinir nossos tornozelos.
-.-.-.-
Abreviaturas encerram em si enormes acordes, ínfimos polegares de nos mesmos.
-.-.-.-
À poetisa somente o que a onere de caos: palavras e duas gotas sem sentido.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Interpretações Sobre o Amor.



A solidão plena vara do absurdo ao íntimo
na velocidade fugas do meu dinheiro em suas calcinhas.
Enquanto vejo simplesmente a onda bater,
apelação ao que somente persiste,
essa vontade louca de não me bastar.
Numa planície de oliveiras
todos meus passos seriam não somente reverenciados
como também norte.
Na cidade, umbral de desespero, somente a sombra sofistica o luminoso,
o resto continua sendo álcool, solidão e dinheiro.

(poesia sob charge Mandrade - http://etristeviverdehumor.blogspot.com/)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

cabelos amarelos



Estalaram algumas palavras enquanto eu corria,
ecoavam sílabas, revoavam até versos inteiros,
no resfolegar das avenidas o canto era nada
melodia entre o que se conquista e o que se detesta,
era a sombra o vórtice e o esquálido sorriso.
Lembro-me apenas de tuas suaves costelas
e dos teus cabelos amarelos como eram amarelos.
para a salvação total nunca teria dito amor, juro,
mas quem jura mente, prometo,
quem promete nem sente.
Deixo ficar, ficar-me e ficar-se.
Deixo a vida no que há de vir
e comungo enganos com meu amor,
errando numa estrada de colírio e espinhos,
lá se vai outro tempero de amor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

eu e tu



Tantas almas soltas ao léu
vento à dentro.
Tantas pétalas soltas
caídas de um sorriso lindo pálido.
Olhos simples e riscados
numa pele clara-honesta.
Como se os sentimentos lhe fossem alma.
Lágrimas nos lábios de
uma moça linda
que mal diz.

Mal diz suas várias tantas dores
sofre o carma que escolhe
envolvida noutro laço amor.
Sofre tanto, pobre moça.

Mas que canto de olho mais lindo
e que pedaço de pescoço belo
parte nua da perfeição.
E na blusa amarela e doce fazendo correr
em versos todo o encanto
de seu contorno semi-deusa.

Como o final de um suspiro,
uma baforada que se faz nuvem
nesse desencontrado ar,
desencontro-me de ti.
Desencontramo-nos do amor
e fim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ao Sabor do Desespero



Hoje acordei com a certeza de que ontem deveria ter-lhe dito.
Hoje acordei com a palidez no rosto daqueles que temem o amor.
Hoje acordei sozinho, na cama e no coração.

Vítima de sono intranqüilo vivo à sombra do romantismo.
Envolto nesse véu de certezas convictas, descansa o monstro da cobiça.
Essa sede de conquistas ultra-marinas, que não cede.
Não há espaço, em meu podre peito, que a abrigue como leito

Em meu podre peito só há espaço para um leito.
E nele, teso, deito-me arfando de horror e medo.
Nele pereço, revelando ossos e nervos ao sabor do desespero.

sábado, 15 de janeiro de 2011

beijos arredios



por onde passo só o que sinto
são os beijos arredios das folhas caídas.
em todos os momentos, do cinza ao amarelo,
só o que sinto são beijos arredios.
dentro dos casulos, meio metro de solo,
lâmina de rio, fossas, fundos e afins...
em nenhum lugar me livro dos beijos arredios.
por onde quer que me leve a curva,
noutros tons de uma paleta inaudível,
na qual uma dona pinta seus tecidos velhíssimos,
soy lo que soy.
em detrimento ao todo perduro na existência
de fragmentos e cada milímetro desses,
em pedaços ainda mais sofrivelmente mínimimos,
sou eu ainda...
na impossibilidade da secção,
quando da esperança divisível,
beijos arredios.
estagnados, comprimidos e empedrados,
todos eles e de todas as formas,
os beijos arredios me condenam.
do todo ao indivisível, passando pelo ainda
e cruzando os limites do sem fim,
sou eu onde quer que estou,
continuo ainda sendo lá, cá e detrás,
sou o tempo, condenado a beijos arredios
que nunca hão de se bastar.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

perdi a estribeira



Perdi a estribeira,
joguei fora meu rg e meu celular.
Joguei fora meu maço e meu isqueiro.
Tirei a camisa e o tênis,
fiquei bermuda e tatuagem.
Fiquei também com brilho nos olhos.
Corei, chega fiquei saudável!
Também sofri.
Taquicardia, sudorese, tremedeira,
cachoeira de versos afogaram a imaginação.
Fiquei foi delírio puro.
Troquei teu nome,
teus olhares,
beijos,
teus carinhos,
nosso amor.
Passeei por um asfalto gramado
por pétalas de jasmim.
Perfumando-me da ponta dos pés
aos neurônios neuróticos.
Sorriso bobo na corte
de minha caroça,
pau de cerejeira.
A dança que espanta minha ignorância sobre a felicidade.
O sorriso que me salva da lágrima.
Que lindo, eu ali ao seu lado,
sorriso calado dentro dum peito,
num par de olhos.
Um par de olhos
que carrego impregnado na minha pele.
Levo aos lugares aonde vou
como um estandarte.
Dom Quixote versus
coletivos monstruosos,
de portas-dentes arreganhados
devorando-me o soldo
dez centavos de troco.
É quando fecho os olhos
e lá você me sorri de seios fartos,
abraços longos e pernas valentes
que me acompanham.
Lá se vai um futuro
de pensamentos em você.
Porém, presente mudo me grita ao coração:
desinteressante realidade.
Vou ficar por aqui
vou ficar por enquanto.
Me acompanham tulipas,
taças
e maços,
me pulverizam sonhos,
pesadelos e noites em claro.
Continuo remando
e balançando o calmo lago.
Continuo escrevendo meu prazer completo...
sigo continuando o sorriso
pensando em seus olhos aqui
onde eu alcanço
e os vejo bem de perto. 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Viagem Imaginativa.



foram trinta segundos ou trinta horas?
foi enquanto eu tomava banho e a água caía?
quando que eu despertei ou adormeci?
quando eu te liguei e você tinha saído?
quando deitei sem te abraçar?

meu pulmão pedia ar, meus olhos verdade,
meus ouvidos uma informação,
a mente não queria se deixar levar,
meu coração saltando em espasmos,
pela boca pelo ventre
os meus músculos,
congelados num sorriso nervoso reprimido,
incompreensível.
Ninguém ao meu lado de mãos abertas ou cerradas,
nenhum bicho com um pouco de humanidade,
parceria não estabelecida,
uma angústia
nó na garganta
um desespero
um disfarce
entre o que penso ou que acredito
no que meus olhos sentem
sem meu coração ter visto nada...
aquilo que simplesmente nada é...
quando o normal e o natural se tornam um só...
minha imaginação festiva
e a capacidade de pensar na contra mão.
essa vontade estapafúrdia em cair ao invés de voar.
tenho cá essa opção por correr na angústia,
que não me deixa espaço pra optar em nada mais.
quanto grande essa estrada é,
no entanto, só me vejo nos atalhos
vendo tudo em labirintos.
passeio ao campo de rosas no qual
só os espinhos me encostam a pele
a rosa que não alcanço por não esticar o braço.
O noivo que eu não conheci
por ter saído da festa dez minutos antes do parabéns
ou o acidente que não aconteceu
porque eu saí dez minutos antes de avançarem o sinal.
minha mente não tem limites,
não vê dificuldade
quando minha intuição diz vai.
quando eu quero nado contra a corrente
até numa lagoa de patos.
ser você mesma não te deixa muita escolha.
é ser sempre um pouco mais do que se esperava que pudesse ser.
um passo adiante e outro dois quilômetros a frente.
a sorte que eu tenho de não ter que ser sortuda
minha roupa ensopada no calor ou na chuva
a nítida medida de não conter a luminosidade da lua
e sim por ela ser conduzida, iluminada e reflexoconvertida.
a expectativa de dez mil anos se passarem numa vida
aquela que não se administra,
extraindo apenas o calor da saliva
enquanto manipulo corpo com maestria.
a sapiência dos que vivem é mais esperta
que o contentamento e a estagnação dos realizados.
seja na poesia ou nas viagens imaginativas
quando o corpo se libera em adrenalina
quando minha casa for meu local de moradia
sem todas aquelas tintas ou esquadrias
eu e você tomando banho de bacia
sem arrepio pela água fria
sem lutar por soberania
eu e você vivendo dez mil anos em nossas companhias.
na realidade eu você e nossa passional realidade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

4 pra 1



Um garotinho de 70 anos caminhava
tão distraído pela rua chegou sorrir.

* _ * _ *

A tinta escorria dos esgotos
colorindo veias artísticas
na poluição fundamental.

* _ * _ *

Falhas sutis
convergiam numa estupefata
solução delas mesmas.

* _ * _ *

compunha bem
sorrindo e caminhando
logo se via um velho a trabalhar.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Canto para Sofia!


Independente, mas o verso consome o fantástico.
Não que ser recluso avenha sob meu paradeiro,
mas o somente basta-se em muito pouco
tua menina de cor é uma bela e ainda eu o queria,
mas que sá, um dia eu.
Morar esse teu sorriso ainda seria demais e pouco
se não teus olhos me tocarem noutra plataforma,
a degenerada sombra me guarda em verdade prende,
aprisionada o que seria ainda nada e suspira de maldade,
ainda sim, seu sereno sentir me faz além,
tecer versos num ainda vivo bandolim...
em prol de tuas mechas e sorrisos
canto para Sofia.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Solidariedade e Estado.



O Brasil desponta no cenário mundial com índices alarmantes referentes a desigualdade social, apresenta alta concentração de capital numa parcela ínfima da população. Os institutos de pesquisa traduzem em números e números bem volumosos a porcentagem absurda de imposto paga em qualquer produto ou serviço e ainda sim as políticas públicas deixam a desejar em todas as áreas. Cabe então a sociedade civil em geral mobilizada em ONG`s e associações afins ajudar no que é possível e no que está ao alcance de suas ações.
A solidariedade dessa parcela da sociedade é uma tendência a se ocupar as lacunas deixadas pelo Estado no que se diz respeito a seus deveres e obrigações com a sociedade. Esse espírito de companheirismo e até patriotismo é a manifestação explícita do desapego das pessoas no que diz respeito ao individual. A solidariedade é a materialização de um sentimento, sensação, desconforto e até mesmo sofrimento que permite abrir mão de tempo, dinheiro ou bem em prol de um semelhante necessitado.
A responsabilidade deste tipo de ação em nada se assemelha ao conceito de dar esmolas ou ajudar pontualmente os necessitados. O tipo de solidariedade em voga atualmente vai muito além, ela é na verdade a ferramenta para a construção de um mundo melhor.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Epigrafe de Lacisferâna!



Replica salto o que não era mágico
pra simples.
Fixo não ponto o que anda
e o que sente,
sentições, serenas nada além.
Debilidade sociomotora,
sentrifugações, espalmos palpitantes...
soslaios.
Revérberos e socímiles
complacência
purgan causas, tolerências
além de calibres e previsões.
Em tanto o tão talentoso,
entre outros o somente tão.