quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Bisa


Batizei você em pura euforia
no batente duma igreja em homenagem
à São Carinho.
Rosas brancas em pétalas curvas
de suas covas,
onde jaz um temporal de puro vento.
Babados, rendas,
revividas na esperança de uma avó
tecendo tranças na lembrança.
Uma vez, outra também,
vem você me fazer beleza,
teu sorriso que me põe à mesa,
tua fé que me faz a contemporânea ceia.
Teu nome lhe foi emprestado
por alguma cor
que ao me ver se faz em sol.
Brilhando a cara com firmeza.
Pura redundante rima
da aspereza com a cor divina.
Brilho com sorriso,
sorvete e passeio na rua.

Morei você.
Rua Nosso Senhor Coração da Harmonia.
Esquina que eu parava:
Pernas Cruzadas com Ombros de Batente em Pé.
Horas a fio, copo na mão âmbar, como me disse a mama.
Amarelada trincheira de meus punhos.
Só pra te ver passar.
Eita sonho que não me deixa
o acordo entre o sono,
e o despertar de seu dono.

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