quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sobre um tal lado b



Viramos o disco pra ouvir as palavras em B, nada.
a vitrola disse que o lado b tava de greve e não ia falar.
Ei Como pode? Manda falar, sim senhora, quero ouvir,
cantar e viajar nesses tons amenos da musicidade.
Impossível, madame, repetia igual vitrola mesmo.
Muito louco.
Tomei o gravador na mão e disse não vai cantar não é?
Impossível, madame impossível, vitrolescamente...
Arremessei com toda força o gravador de encontro ao prato.
O estardalhaço durou três dias e três noites
no final desse tempo
eu tinha um gravador de agulha,
uma vitrola que tocava fita
e um disco com o Lado B ainda em greve.
Desistimos da pendenga no raiar do 4º dia,
pegamos uma praia, fumamos um fino
e no retorno ao sagrado e doce lar,
vitrola e gravador estavam cada qual na sua.
e o disco?
Bom o disco parece que saiu em condicional,
indulto por bom corpotamento ou algo do tipo
e nunca mais se teve notícia do dito.
Nem me lembro o artista,
mas me lembro perfeitamente...
Blues

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