sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

perdi a estribeira



Perdi a estribeira,
joguei fora meu rg e meu celular.
Joguei fora meu maço e meu isqueiro.
Tirei a camisa e o tênis,
fiquei bermuda e tatuagem.
Fiquei também com brilho nos olhos.
Corei, chega fiquei saudável!
Também sofri.
Taquicardia, sudorese, tremedeira,
cachoeira de versos afogaram a imaginação.
Fiquei foi delírio puro.
Troquei teu nome,
teus olhares,
beijos,
teus carinhos,
nosso amor.
Passeei por um asfalto gramado
por pétalas de jasmim.
Perfumando-me da ponta dos pés
aos neurônios neuróticos.
Sorriso bobo na corte
de minha caroça,
pau de cerejeira.
A dança que espanta minha ignorância sobre a felicidade.
O sorriso que me salva da lágrima.
Que lindo, eu ali ao seu lado,
sorriso calado dentro dum peito,
num par de olhos.
Um par de olhos
que carrego impregnado na minha pele.
Levo aos lugares aonde vou
como um estandarte.
Dom Quixote versus
coletivos monstruosos,
de portas-dentes arreganhados
devorando-me o soldo
dez centavos de troco.
É quando fecho os olhos
e lá você me sorri de seios fartos,
abraços longos e pernas valentes
que me acompanham.
Lá se vai um futuro
de pensamentos em você.
Porém, presente mudo me grita ao coração:
desinteressante realidade.
Vou ficar por aqui
vou ficar por enquanto.
Me acompanham tulipas,
taças
e maços,
me pulverizam sonhos,
pesadelos e noites em claro.
Continuo remando
e balançando o calmo lago.
Continuo escrevendo meu prazer completo...
sigo continuando o sorriso
pensando em seus olhos aqui
onde eu alcanço
e os vejo bem de perto. 

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