quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Relampejou em meus olhos a paixão,





Relampejou em meus olhos a paixão,
dois verdes flashes ascenderam da escuridão.
Foi um suspiro ou foi um trago?
Foi sim um sorriso, meio de lado, foi canto de boca,
foi meu, foi discreto, foi feito só pra ti,
foi um soneto, poema pequeno, rimado
que terminou no primeiro parágrafo
e nem deu tempo de explicar,
nem num breve momento que o poema ainda tinha muito por dentro.
Tinham todas tantas outras linhas encaixadas umas nas outras,
cheias de bossas e gingas
palavras que no primeiro momento não causam rima,
mas se relaxas e deixas a mente sadia
verás que tudo que se fala vira rima.
E rimadamente fugindo do fim que nos aguarda,
falemos das rimas meias, meias rimas,
que se formam por acasos de despedidas ou partilhas,
tentativas frustradas de juntar o princípio ao fim,
o sim e o não, teu corpo ao intangível, tua alma à minha...
minha boca, tua boca, nossas bocas e uma língua sedenta
que por instantes esquece de versar
nosso amor com dor.

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