sábado, 2 de julho de 2011

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Esses monstros silenciosos na redoma de fé comungam acerca do estéril
mais que desgraça, menos que realidade, que sombra é essa?
não há palavra, não há descrição, não há vento nem lua.
um pedaço de partes, uma esquina de centelhas, onde será que morri?
tudo que ação constitui passado vira.
Esperanças, casas perdidas, contas atrasadas, pagas, por vencer...
numa onda gigantesca de estatísticas há muito menos, bem menos.
Sorrisos para fingir e problemas a aceitar.
nessa estrada com os pés atados corro milhares de metros,
migalhas de pra sempres que se passam assombrosamente para o passado.
não interagir em veias e sombras, não competir em paradas ou jogos.
chegar no ponto do ponto e aguardar ainda, um pouco mais, é o real.
repercutir as sobras e violentar as passagens que ainda nunca se cumprimentam.
é realmente estarrecedor alcançar.
alcançar pra sentir que a realidade é o inalcançável e que isso sim é real.
na justaposta serpente da bravura, do concluir, do terminar...
nada termina, ninguém acaba, nada se assemelha com a realidade do próximo.
a realização estar por vir,
numa sequência lógica e racional, cartesiana de sentimentos, sentidos, folhas secas,
mas por mais ainda nuvens ao chão...
saudades do 1.
Saudade do 1 porque nesse sim, expectativas de melhora já se bastavam,
ainda que o atual daquilo fosse nada e nada continuaria sendo,
saudades da esperança do 1.
Hoje, pra somar 99 ao meu 1 escolhi o ranger de dentes e o gosto de tijolo do que é real.
Real é cimento e pedra, o resto é poesia.

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